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Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.

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Poesia: Limite

[♀]Matemática na Veia 2007-2016 O Blog do Estudante Inteligente

Relatos de erros e correções em relação ao português serão bem vindos e podem ser esclarecidos através do RH - Sugestões e Reclamações.


"Limite"

Pedra após pedra,
cálculo após cálculo,
escalei exponenciais de base maior que um
como se não restasse já tempo algum.
E avancei desprotegido
para além do medo,
- assim me tornava destemido
a vontade de descobrir o segredo.
Naveguei em mares sem fim
sobre agitadas ondas de período 2p .
Noite após noite
sem ajuda de ninguém,
da lua calculei o seno,
do seio a curva extrapolei,
estranhos sinais escutei de faróis de além,
imaginários números reais contei de uma outra margem,
e avancei,
ansioso por desvendar o sentido oculto da mensagem.
Obscuras grutas explorei,
e de axioma em axioma
no encadeado de múltiplas razões me enredei,
da terra rasgando o mais profundo,
das mãos sangrando a demonstração do mundo,
de tudo extraindo a inumerável raiz,
dos números todos buscando a antiga matriz
à procura de um indefinível e raríssimo minério.
E avancei
avancei sempre,
tão forte era a vontade de decifrar esse mistério.
Sem máscara,
sem arma,
sem régua ou compasso,
avancei só
avancei passo a passo
dia após dia,
a rigorosa lógica amando menos
que a quente poesia.
Como uma criança assustada que noite após noite conta sem parar
e adormece mais cansada
sem o último número alcançar,
a todos os perigos sobrevivi
de todas as solidões renasci,
e ao perigo da razão resisti.

Mas para quê se pouco encontrei do que esperava encontrar ?
Para quê ?
- Talvez para compreender
que um limite não se alcança  por acumulação de cálculos.

Um limite ... há que pressenti-lo de dentro
e num vôo direto, mais rápido que o da Razão,
identificar sujeito e conhecimento,
como em qualquer sucessão.
-- Talvez para reconhecer,
que muito viajar e conquistar,
não é condição necessária para compreender.
Basta o que se é, ser,
olhar à volta e ver,
ou melhor ainda, ver sem olhar,
e sem chegar a partir, caminhar .
Desejar sem desejo
agir sem ação
beijar sem dar beijo
amar sem contradição;
mover-se e permanecer imóvel,
combater pela Verdade, pelo Primeiro Móvel,
sem algum lucro ambicionar,
e decididamente rejeitar o "para mim"
- pois só se alcança o que se deseja
quando já nada se deseja alcançar enfim.


Luís Madureira - English Version by Isabel Ruivo

REFERÊNCIA:

http://www.geocities.lmadureira/
http://portuguesetranslationsworld.com/
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Antonio Sobre a Autor:
Antonio Blogueiro desde 2007, gaúcho, gosta muito de ler, e é totalmente viciado em internet. Comecei blogar em 2005, e criei o Matemática na Veia no inicio de 2007. Sou formado em licenciatura Plena em Matemática pela UFPEL. Servidor Público,e fanático pela Web.
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