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Blaise Pascal

[♀]Matemática na Veia 2007-2016 O Blog do Estudante Inteligente

Relatos de erros e correções em relação ao português serão bem vindos e podem ser esclarecidos através do RH - Sugestões e Reclamações.

Blaise Pascal
"O coração tem suas razões, que a razão não conhece". O homem que criou esta frase entre outras tantas chamava-se Blaise Pascal, e nasceu em Clermont, França, a 19 de junho de 1623. Seu pai, Étienne Pascal, era um homem culto, que além dos seus conhecimentos lingüísticos e filosóficos era um destacado matemático.
Observando o desenvolvimento de seu filho, Étienne decide educá-lo por conta própria, utilizando-se do fraco argumento de que dificilmente encontraria alguém que pudesse satisfazer as perguntas sempre intrigantes daquele menino. Ensinou-lhe primeiro as letras e o latim e,até quanto o pode, evitou a matemática. Pois, acreditava o sr. Pascal, quando entendida a Ciência das formas, das grandezas e quantidades, da beleza em si e perfeita por excelência, poderia tomar de tal modo uma mente inquiridora como aquela que, achava o pai Pascal, prejudicaria seus outros estudos de línguas, filosofia e religião.
Aos doze anos, depois de muita insistência começou a ler os livros de geometria de Euclides, e quão grande a surpresa ao descobrir que tinha demonstrado algumas de suas proposições - uma delas, a de número 32 - que diz ser a soma dos ângulos internos de um triângulo qualquer igual a 180 graus, pode ser pelo menos demonstrada pelo leitor, fazendo um triângulo qualquer e depois cortando as suas bordas. Desde então Étienne passa a levar Pascal às reuniões que tinha com os maiores pensadores e cientistas franceses da época: Descartes, Desargues, Mersenne, entre outros. Aos dezesseis assombra a todos com a demonstração do seu chamado "Hexagrama Místico". Afortunadamente existe uma demonstração simples e compreensível deste teorema, talvez um dos mais belos da geometria.
O "misticismo" do hexagrama vem do fato que a geometria que Pascal exercia não é a geometria convencional dos quadrados e círculos dos prédios e dos carros da vida diária, e sim de uma geometria que só seria estudada profundamente 130 anos depois por um engenheiro de Napoleão - Gaspard Monge - e receberia o nome de Geometria Projetiva ou Descritiva. Se desenhássemos este hexagrama num vidro e projetássemos sua sombra num anteparo com a ajuda de uma lanterna, o círculo viraria uma elipse, ou parábola, e o hexagrama se deformaria, mas os 3 pontos ainda estariam sobre uma linha reta. Pascal ainda trabalharia no campo da Física, e é dele o estudo inicial da pressão do ar a diferentes alturas, algumas delas feitas por seu cunhado Périer, casado com Gilberte, na lua de mel do casal.
Mas por que então um gênio tão promissor, que construiu até a primeira máquina de calcular moderna do mundo (para ajudar seu pai no trabalho), não continuou seus estudos? Não se aprofundou em assuntos tão novos como o da Geometria Projetiva ou da Pressão nos Fluídos? Por que não aperfeiçoou sua máquina de calcular que só fazia somas e subtrações? Neste caso específico, não subestime o leitor a existência de um aparato como aquele, tamanha a facilidade que temos hoje de obter uma maquininha destas de calcular eletrônicas. Naquela época um aparelho como aquele significava nada mais nada menos do que "reduzir a uma máquina uma ciência que se encontra no espírito", algo de fato assombroso. Sabe-se que foi neste período que Pascal encontrou o prazer em vinho e mulheres e a partir daí carregou até o fim da vida o tormento de fortes dores estomacais (dispepsia aguda), que o impediam até de comer, além de insuportáveis dores de cabeça e insônia.
Aos 23 Pascal sofre sua primeira "conversão". Seguidor do Janseísmo, uma dissidência da Igreja Católica, passa a escrever seus pensamentos e volta-se ao próximo. Dizia que "tudo que é objeto da fé não o pode ser da razão e nem a esta submetida", e meditava: "Se o homem não é feito para Deus, por que só se sente feliz em Deus? Se o homem é feito para Deus, por que é tão contrário a Deus?".
Certa noite uma terrível dor de dente o abala e o deixa sem dormir. Para tentar distrair-se passa a observar o desenho de uma ciclóide, ou seja, a trajetória de um ponto numa roda em movimento, um problema que assombrava os matemáticos da época. Para se ter uma idéia da importância desta curva, ela é ideal para se construir os arcos das pontes e das cúpulas das igrejas; ela também se encontra na barriga da gestante, na casca do ovo, na da tartaruga e no mecanismo interno de relógios de corda.
Confessou Pascal que a dor tinha passado ao estudar a ciclóide e viu nisto um sinal de aprovação divina à volta de seus trabalhos. Passa então a estudar freneticamente mas não conseguiria terminar - falece pouco tempo depois . É uma pena, pois todos os pesquisadores são unânimes em afirmar que Pascal foi o homem que mais perto chegou, junto com seu amigo Fermat, da criação da primeira e mais poderosa ferramenta da Matemática Moderna - o Cálculo, assunto comumente abordado nas Universidades.
Pascal faleceu a 29 de agosto de 1662, aos 39 anos. No seu "Pensamentos" deixou um, de número 346, entre tantos outros que escrevera em pedaços de papel quando lhe vinha a inspiração, ou ditava a alguém quando a dor não o deixava escrever. Assim como muitos outros, como o primeiro que abre este artigo (é de número 277), ele escreveu para os homens e mulheres de seu tempo e para a posteridade: "O pensamento faz a grandeza do homem".

Outras Biografias e obras de matemáticos:



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Antonio Sobre a Autor:
Antonio Blogueiro desde 2007, gaúcho, gosta muito de ler, e é totalmente viciado em internet. Comecei blogar em 2005, e criei o Matemática na Veia no inicio de 2007. Sou formado em licenciatura Plena em Matemática pela UFPEL. Servidor Público,e fanático pela Web.
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