Anaxágoras de Clazômenas
Anaxágoras [gr. Ἀναξαγόρας - 500 a. C. a 428
a. C.] de Clazômenas [Clazômenas, - hoje Kilizman, na
atual Turquia - c. 500 a.C.
- Lâmpsaco, 428 a.C.]
Filósofo, biólogo, astrônomo, físico e matemático
grego do período pré-socrático. Nasceu em Clazômenas, na Jônia, fundou a primeira escola filosófica de Atenas,
com mais ou menos vinte anos, de modo que ele foi o primeiro a introduzir a
Filosofia em Atenas, contribuindo imensamente para a expansão do pensamento
filosófico e científico desenvolvido nas cidades gregas da Ásia antiga. Era
protegido de Péricles [495 a.C. 429 a.C.] Com efeito, depois
da Batalha de Salamina, Anaxágoras
transferiu-se para Atenas, onde se
tornou mestre de Péricles, e também
foi mestre de outros grandes pensadores como, Eurípedes, Tucídides e, talvez,
Demócrito e Sócrates.
Sócrates teria, a
princípio, seguido o seu ensino, mas, decepcionado com o mesmo, veio a abandoná-lo
mais tarde [Fédon]. Em 431 a.C., foi preso em Atenas por pregar que os corpos celestes
eram feitos do mesmo material que a Terra, que o sol não era uma divindade e
sim, uma grande pedra incandescente e pelo menos do tamanho do Peloponeso e que
a lua era uma terra habitada sem luz própria. Foi durante este período que se
dedicou com mais ênfase a pesquisa matemática. Julgado por ateísmo foi
condenado à morte, pena que posteriormente foi mudada para o ostracismo, graças
à intervenção de Péricles.
Posto em liberdade foi exilado em Lâmpsaco, uma colônia de Mileto [vizinha
da atual cidade de Lapseki, na Turquia], também na Jônia, e lá fundou uma nova escola.
Segundo alguns historiadores, faleceu pouco depois, nessa mesma cidade, mais ou
menos em 428 a.C..
Enquanto esteve detido na prisão, tentou resolver o problema da quadratura do
círculo, problema proposto pelos antigos geômetras gregos consistindo em
construir um quadrado com a mesma área de um dado círculo servindo-se somente
de uma régua e um compasso em um número finito de etapas. Este é o primeiro
registro da tentativa de resolução da quadratura do círculo.
Escreveu a obra “Sobre a Natureza”, em prosa, em que tentava conciliar a existência
do múltiplo frente à crítica de Parmênides de Eléia e sua escola, do qual restam
cerca de vinte fragmentos. Com Anaxágoras a filosofia parte das colônias da
Jônia e da Magna Grécia e penetra na
Ática.
Outra informação interessante sobre as
obras de Anaxágoras baseia-se nos
escritos de Vitruvius , um arquiteto
romano, engenheiro, e autor que viveu no século I a.C. Ele registra informações
sobre a pintura das cenas de palco para os jogos que eram realizados em Atenas,
e diz que Anaxágoras escreveu um tratado sobre como pintar cenas, de forma que
alguns objetos apareciam estar em primeiro plano, enquanto outros apareciam em
segundo plano. Embasados nesse comentário fascinante, podemos acreditar que
Anaxágoras escreveu um tratado sobre perspectiva, mas, infelizmente, nenhuma
prova deste trabalho sobreviveu.
Os pontos principais de sua doutrina
dizem respeito ao ser, ao devir e à Mente Suprema. A semelhança de Demócrito,
também para Anaxágoras o ser é constituído por átomos que são corpúsculos não
qualitativamente iguais [como sustentara Demócrito] porque, se assim fosse, não
se explicaria a diversidade dos seres [diversidade qualitativa, além de
quantitativa], mas qualitativamente diferentes chamados “homeomerias”. O termo
“homeomerias” significa “parte
qualitativamente semelhante”. As homeomerias são infinitas e formam uma variedade
infinita de tipos elementares de seres. os corpos compõem-se de homeomerias de diversas naturezas: Tudo
está em tudo. Cada
corpo reproduz de certo modo a variedade do universo. A diversidade dos corpos
é consequência da predominância de homeomerias de determinado tipo. No universo
nada se cria e nada se destrói, porque o número das homeomerias permanece o
mesmo. A causa do devir é dupla: o movimento giratório e a Mente Suprema. Desta
última dependem a harmonia e a ordem das coisas.
Anaxágoras também foi um dualista, pois
acrescentou o "nous" - espírito ou inteligência - aos elementos
físicos que compõem a realidade. O "nous" seria uma força de natureza
imaterial capaz de ordenar as coisas - a causa motora e ordenadora que promove
a separação dos elementos contidos no "magma" original.
Esse filósofo pré-socrático também teve a
primazia de elaborar uma doutrina finalista do mundo, que seria ordenado
segundo a melhor disposição para o homem, doutrina essa admitida e seguida por
Platão [nos diálogos "Fédon", "Filebo" e
"Timeu"].
Em "Fédon", Platão escreve que,
segundo Anaxágoras, o "nous" é o organizador e a causa de todas as
coisas. As verdadeiras causas se encontrariam nessa "inteligência",
sendo as demais, naturais e concretas, simples concausas ou causas secundárias.
A idéia do "nous" também foi adotada por Aristóteles.
É interessante citar que Aristóteles
acusa Anaxágoras de não diferenciar entre nous e psique, enquanto
que Sócrates ( Platão , Fédon, 98 B) os objetos que seu nous é
apenas um deus ex machina para o qual ele se recusa a atribuir o esquema
e conhecimento.
Contribuição à
Astronomia
Anaxágoras acreditava que a Terra era oca, tinha
forma plana e se mantinha suspensa, sem apoio. O Sol, que era "maior que o
Peloponeso", a Lua e todos os astros eram pedras incandescentes e seu
calor não era percebido por estarem eles muito longe da Terra. Os astros, em
sua revolução, passavam por baixo da Terra. A Lua era feita de terra, ficava
abaixo do Sol e era o corpo celeste mais próximo de nós e não tinha luz
própria; assim como Empédocles, ele acreditava que a luz da Lua vinha do Sol.
Anaxágoras também teria sido o primeiro a explicar o fenômeno dos
eclipses solares. Os eclipses da Lua eram devidos ao fato dela ser ocultada
pela Terra; os do Sol, pela interposição da Lua na fase de Lua Nova.
Anaxágoras à direita de Pitágoras
Anaxágoras aparece ao lado de Pitágoras
no quadro Escola de Atenas [Scuola di Atenas] de Rafael, segurando a tabuleta
com o número triangular 1+2+3+4,
a sagrada “tetractys” dos Pitagóricos.
Para Anaxágoras:
"O homem é o mais
sábio de todos os seres, porque ele tem as mãos."
- Narrado por: Aristóteles em "De partibus
animalium", IV, 10, 687 a
7
"Prefiro uma gota de
sabedoria a toneladas de riqueza."
- Citado em: "Dicionário de
pensamentos: máximas, aforismos, paradoxos, provérbios, etc ..." -
Página 438, de Folco Masucci - Ed. Leia, 1968, 6a. ed. - 685 páginas
"O visível abre nossos
olhos ao invisível".
- Citado em: "Duailibi
Essencial: Minidicionário com mais de 4.500 frases essenciais" - Página 136, Roberto Dualibi, Marina
Perchlivanis - Elsevier Brazil, 2006,ISBN 8535219579, 9788535219579, 496
páginas
Em breve mais atualizações, aguarde.
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REFERÊNCIAS:
RIBEIRO JR.,
W.A. Anaxágoras de Clazômenas. Portal Graecia Antiqua, São Carlos.
Disponível em www.greciantiga.org/arquivo.asp?num=0550. Consulta: 10/09/2011.
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